
O livro impresso só surgiu no século XV, mas antes, muito antes, foram escritas várias obras literárias, registradas em diferentes suportes. A mais antiga, oficialmente, é a história – ou o poema – de um rei sumério chamado Gilgamesh.
Neste remoto relato já se veem grandes temas da existência humana: coragem, amizade, inveja, amor e, notadamente, a busca pela Eternidade – ou pela compreensão da finitude, e também a espiritualidade. A obra faz menções ao Dilúvio e ao Noé da Bíblia, chamado Uta-Napishtim.
A Epopeia de Gilgamesh foi descoberta em uma série de placas de argila, em escrita cuneiforme – cavada no barro, ou seja, em forma de cunha – que era típica da Suméria.
A obra, encontrada nas ruínas da cidade de Nínive, descreve as aventuras do rei e fundador da cidade de Uruk, Gilgamesh, a qual ele governou por volta de 2700 a.C. A narrativa consta de doze cantos com trezentos versos cada um, e foi traduzida no final do século XIX da nossa era.
O rei Gilgamesh era um grande conhecedor do mundo, um sábio. Mas ele impunha a seu povo um duro reinado, obrigando seus súditos a construírem uma muralha fortificadora ao redor de Uruk.
Amedrontado, o povo clamou pela deusa Ishtar, que ouviu o pedido e enviou Enkidu, um protegido seu que vivia nas florestas dos cedros. Enkidu devia desafiar e vencer Gilgamesh em um duelo, matando-o em seguida (algo como Davi e Golias, talvez?). Enkidu chegou ao palácio do rei Gilgamesh e eles se enfrentaram, porém não houve vencedores e os desafiantes se tornaram, surpreendentemente, amigos. Juntos, eles resolveram sair pelo mundo e viveram diversas aventuras, enfrentando monstros e outros obstáculos.
A deusa Ishtar, no entanto, ficou com ciúmes da amizade e tentou seduzir Gilgamesh. Mas o rei ficou sabendo que quem se apaixonasse pela deusa morreria (uma metáfora para os males da paixão arrebatadora?), e decidiu não ser seu amante. Então a deusa Ishtar resolve matar Enkidu, o grande amigo do rei Gilgamesh, e de forma cruel: ele fica agonizando por dias antes de morrer.
Abatido e perdido com a morte do amigo, Gilgamesh parte em busca de respostas e de novos desafios. Ele buscava encontrar o segredo da imortalidade, a qual só os deuses possuíam.
Assim, Gilgamesh encontra Uta-Napishtim, O Longínquo (Noé da Bíblia), um homem imortal que lhe revela um segredo dos deuses: em tempos remotos, os deuses haviam decidido submergir a terra de Shurippak, mas Uta-Napishtim, por sua devoção, recebeu ordens de construir uma arca no deserto e abrigar seus familiares, amigos e os quadrúpedes e aves de sua escolha. Ele obedeceu e, depois de seis dias e seis noites, salvou aquelas pessoas e aqueles animais, conseguindo, como recompensa, a imortalidade.
Meu amigo, a quem eu amava, tornou-se pó.
Enkidu, meu amigo, a quem eu amava, tornou-se pó.
(Gilgamesh chora a morte de Enkidu – Décima tabuleta)
Gilgamesh então segue buscando a imortalidade. Ele vai ao mais fundo do mar para colher uma planta que supostamente evitaria sua morte, mas uma serpente a engole (a serpente do Jardim do Éden que engoliu a imortalidade?). Já em sua cidade, Uruk, evoca Enkidu que lhe conta sobre o mundo das trevas do pós-morte.
El libro impreso sólo apareció en el siglo XV, pero antes, mucho antes, se escribieron varias obras literarias, registradas en diferentes soportes. La más antigua, oficialmente, es la historia, o poema, de un rey sumerio llamado Gilgamesh. En este relato remoto ya se vislumbran grandes temas de la existencia humana: la valentía, la amistad, la envidia, el amor y, en particular, la búsqueda de la Eternidad, o de la comprensión de la finitud, y también de la espiritualidad. La obra menciona el Diluvio y Noé de la Biblia, llamado Uta-Napishtim. La epopeya de Gilgamesh se descubrió en una serie de tablillas de arcilla, en escritura cuneiforme, tallada en arcilla, es decir, en forma de cuña, que era típica de Sumeria. La obra, que se encuentra en las ruinas de la ciudad de Nínive, describe las aventuras del rey y fundador de la ciudad de Uruk, Gilgamesh, que gobernó alrededor del 2700 a. C. La narración consta de doce cánticos de trescientos versos cada uno, y ha sido traducido a finales del siglo XIX de nuestra era. El rey Gilgamesh era un gran conocedor del mundo, un sabio. Pero impuso un duro reinado sobre su pueblo, obligando a sus súbditos a construir una muralla alrededor de Uruk.